A endometriose é uma doença que afeta cerca de 8 milhões de brasileiras. Ela ocorre quando parte do tecido que reveste o útero não é completamente eliminada durante a menstruação e acaba se desenvolvendo em órgãos como bexiga, intestino, trompas e ovários, podendo causar dificuldades para engravidar e outros problemas.
Geralmente, quando uma mulher recebe o diagnóstico, a doença já evoluiu no organismo por cerca de sete anos. Essa demora ocorre porque, na maioria dos casos, os sintomas são confundidos com outras condições como síndrome do intestino irritável, doenças inflamatórias pélvicas ou simples variações dentro do ciclo menstrual.
Por isso, é muito importante reconhecer os sintomas, uma vez que sua detecção precoce pode evitar muitos males.
Sintomas da endometriose que você pode identificar
Os principais sintomas podem ser classificados em dois grupos bem definidos:
1. Dores
A dor pélvica é o sintoma mais característico, podendo ocorrer de forma crônica, durante os ciclos menstruais ou nas relações sexuais. Sua intensidade em geral varia conforme a localização das lesões:
- Dor intensa: quando a doença atinge áreas sensíveis, como nervos e ligamentos pélvicos, especialmente nos casos de endometriose profunda;
- Dor branda: quando as lesões, mesmo extensas, afetam regiões menos sensíveis tal como o peritônio, membrana que reveste a cavidade abdominal.
Além disso, a resposta inflamatória do organismo também influencia a dor:
- Inflamação intensa tende a gerar dores fortes mesmo em pequenas lesões;
- Inflamação moderada tende a gerar dores mais amenas, mesmo em lesões mais extensas.
Em resumo, a dor pélvica pode variar entre as pacientes, mas, por padrão, tende a ser persistente desde o início.
2. Mau funcionamento de órgãos
Os sintomas podem também ser oriundos de órgãos comprometidos com o avanço da doença:
- No intestino pode causar dor, desconforto ao evacuar, diarreia, constipação e inchaço abdominal.
- Na bexiga pode causar dor ao urinar e aumento da frequência urinária – especialmente durante o período menstrual.
- Nos ovários e trompas de falópio pode causar dificuldades para engravidar, ciclos menstruais irregulares e, em alguns casos, infertilidade.
O que fazer em caso de suspeita de endometriose
Quando houver suspeita, a mulher primeiramente deve conversar a respeito com seu médico, a fim de obter uma avaliação clínica detalhada, incluindo possíveis riscos como predisposição genética e outros. Depois disso, ela normalmente é encaminhada para um ou mais destes exames:
1. Ultrassonografia transvaginal
É um exame não invasivo que utiliza ondas sonoras para criar imagens do interior da pelve. Não é definitivo para identificar a doença, mas é suficiente para dar suporte ao tratamento em vários casos.
2. Ressonância Magnética
É mais sensível do que a ultrassonografia, não é invasivo e pode fornecer imagens detalhadas de lesões e implantes de endometriose, prestando grande auxílio ao tratamento.
3. Laparoscopia
É um exame geralmente feito sob anestesia geral, em que se introduz uma câmera na cavidade abdominal para investigar a endometriose diretamente nos órgãos pélvicos. É invasivo, mas é a forma mais adequada de identificar a doença em determinados casos.
Tratamento da endometriose
O tratamento geralmente depende da gravidade dos sintomas, da extensão da doença e dos objetivos da paciente com relação à fertilidade. As abordagens incluem:
1. Remédios
- Analgésicos e anti-inflamatórios usados para aliviar a dor, mas sem efeito sobre a progressão da doença.
- Terapia para reduzir ou suspender a menstruação, evitando a progressão das lesões. Inclui anticoncepcionais combinados, progestágenos, DIU e outros medicamentos que controlam a atividade hormonal.
2. Cirurgia
- É indicada quando os sintomas são graves ou quando a doença atinge órgãos que colocam em risco a fertilidade. Geralmente é feita por laparoscopia, que permite a remoção das lesões.
Em casos avançados, pode ser necessária a remoção de parte de órgãos afetados, como intestino ou bexiga.
Formas de endometriose
1. Endometriose profunda
É a forma mais severa da doença, na qual as lesões se infiltram por mais de 5 mm em órgãos como intestino, bexiga, ovários e ligamentos pélvicos. Pode gerar dor pélvica intensa, dor durante a relação sexual, alterações intestinais e urinárias, além de dificuldade para engravidar.
O restante das formas varia de acordo com os locais atingidos:
2. No intestino
Ocorre quando o tecido endometrial se implanta na parede do intestino, geralmente no reto e região adjacente. Pode causar dor abdominal, diarreia, constipação, inchaço, sangramento nas fezes e desconforto ao evacuar.
3. Na bexiga
Acontece quando o tecido endometrial se implanta na parede da bexiga, podendo causar dor ao urinar, aumento da frequência urinária, urgência miccional e sangue na urina. Os sintomas podem ser confundidos com infecções urinárias recorrentes.
4. No ovário
Ocorre quando o tecido endometrial se implanta nos ovários, formando cistos que podem causar dor pélvica intensa, inflamação crônica, alterações no ciclo menstrual e dificuldades para engravidar.
5. Na parede abdominal
Acontece quando o tecido endometrial se implanta na musculatura abdominal, geralmente após cirurgias como cesárea. Pode causar dor e nódulos na região.
6. No peritônio (peritonial)
É a forma mais comum da doença, em que lesões endometriais se instalam no peritônio (membrana que reveste a cavidade abdominal), podendo causar dor pélvica, cólicas intensas, desconforto durante a relação sexual e dificuldades para engravidar.
7. Nos ligamentos pélvicos (ligamentar)
Acontece quando o tecido endometrial se instala nos ligamentos pélvicos, especialmente os que conectam o útero à coluna, causando dor lombar, desconforto durante a relação sexual e dor pélvica crônica.
8. No umbigo (umbilical)
Ocorre quando o tecido endometrial se instala na região do umbigo, podendo causar dor, inchaço e sangramento cíclico.
Perguntas frequentes do público
1. O que é endometriose grave?
É caracterizada por lesões extensas, aderências densas entre órgãos e acometimento profundo de estruturas como intestino, bexiga e nervos pélvicos. Pode causar dor intensa, infertilidade e comprometimento das funções dos órgãos afetados.
2. Quem tem a doença pode engravidar?
Algumas mulheres conseguem engravidar naturalmente, enquanto outras podem precisar de tratamentos de fertilidade, em função da gravidade e localização das lesões.
3. Ela atrasa a menstruação? Por até quantos dias?
O atraso pode ocorrer por alguns dias e até duas semanas, mas somente nos casos mais graves, principalmente devido a alterações hormonais, inflamações que interferem na ovulação e forte estresse.
4. Endometriose engorda?
Não, mas os tratamentos hormonais podem levar ao aumento de peso. Além disso, a dor crônica pode impactar os níveis hormonais, desacelerando o metabolismo e favorecendo o acúmulo de gordura.
5. Ela mata?
A endometriose raramente é fatal, mas pode causar complicações graves se não tratada, afetando a qualidade de vida e a fertilidade.
6. Pode gerar câncer?
Não diretamente, mas aumenta o risco para certos tipos de câncer, como o de ovário e útero.
7. Que exame preciso fazer para saber se tenho endometriose?
A Ressonância Magnética da pelve é o exame não invasivo mais eficaz para detectar e avaliar a progressão da endometriose.
8. Onde realizar a Ressonância Magnética da pelve?
Um diagnóstico preciso é essencial para iniciar o tratamento adequado. A Transduson realiza exames de Ressonância Magnética da pelve em Carapicuíba e Alphaville, utilizando tecnologia de ponta para oferecer imagens detalhadas e confiáveis.
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